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Doutorando do PPGM vence concurso internacional

Helder Oliveira, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ (PPGM), obteve o 1º lugar no V Concurso Internacional de Composição da Academia de Flauta de Verão (AFV), categoria trio de flautas. Como parte do prêmio, a obra vencedora, intitulada Luftmensch (2019), Op. 38, será estreada em Portugal e editada pela Scherzo Editions. A peça é uma produção artística vinculada ao projeto de pesquisa Desenvolvimento de Sistemas Composicionais (2019). O professor Liduino Pitombeira é responsável pelo projeto e pelas sugestões técnicas sobre o processo composicional e notação musical. A obra é dedicada ao flautista Edyelwys Silva, que contribuiu também com sugestões idiomáticas e de notação.

  Reorodução
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 Helder Oliveira (acima) e Edyelwys Silva (abaixo).

Desde a sua criação em 2013, a Academia de Flauta de Verão tem sido um lugar de encontro para flautistas portugueses e estrangeiros. Com o valioso apoio de várias instituições, a AFV levou a Portugal solistas de alto renome como Philippe Bernold, Paolo Taballione, Gudrun Hinze, Natalie Schwaabe e Aldo Baerten. Na sua 7ª edição, em 2019, a AFV terá a honra de dar as boas vindas à jovem solita da Volksoper em Vienna, Birgit Ramsl-Gaal, e voltamos a encontrar a incrível Gudrun Hinze.

O Concurso de Composição da AFV cria um contato muito direto entre compositores, uma editora de renome internacional e os flautistas que estreiam a obra. Durante a semana da AFV os compositores são convidados a participarem em ensaios das suas obras, conhecerem melhor as flautas grandes e trabalharem directamente com o Presidente do Júri do Concurso de Composição da AFV, o Prof. Chagas Rosa (Universidade de Aveiro) e a jovem compositora Ângela da Ponte.

A obra de Helder Oliveira, Luftmensch, foi estruturada de acordo com os eventos mencionados nos sonhos de José do Egito, descritos no livro de Gênesis. A quantidade de elementos e tipo textural dos motivos e temas dessa obra musical derivam das descrições minuciosas dos sonhos proféticos de José. O título vem da língua iídiche, e seu significado é “alguém que é sonhador, pessoa aérea”. Isso tanto se relaciona a José, que era chamado de sonhador pelos irmãos, como ao tipo de som produzido pelas flautas. Um referencial teórico central na elaboração da obra é o trabalho de Leonard Meyer (1956), que descreve as leis gestálticas no âmbito musical. Para aplicação da lei gestáltica de agrupamento perceptual denominada fechamento, foram utilizadas recorrências temáticas de termos sonoros e também unidades gestálticas com características semelhantes que se conectam para realizar um isomorfismo com a narrativa. No que diz respeito à filosofia de planejamento composicional, uma dicotomia inicial é apresentada: sons tradicionais versus efeitos ruidísticos resultantes do uso de técnicas estendidas. Esses dois conceitos são desenvolvidos durante toda a peça musical, ora de forma conflitante, ora de forma complementar.

 

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