176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

Música e Saúde: sinergia inovadora na Escola de Música

São duas as importantes iniciativas que a Escola de Música colocou recentemente à disposição da sociedade do Rio de Janeiro nesse primeiro semestre de 2023, com continuidade nos anos vindouros.

  Reprodução
 

Uma, o atendimento através de estudos e práticas terapêuticas da Musicoterapia às crianças do Curso de Musicalização Infantil, que foram identificadas pelos docentes com alguma necessidade de cuidados especiais.

A outra iniciativa é o Curso de Atualização de Formação Continuada para Educadores Musicais direcionado aos que buscam saber das diferentes questões que se encontram relacionadas à diversidade, ou para aqueles que já enfrentam os desafios dessas diferentes questões no dia-a-dia de seus trabalhos.

Gabriela Koatz, bacharel em Flauta Transversa e em Musicoterapia pelo Conservatório Brasileiro de Música, e especialista em Atenção Integral à Saúde Materno-Infantil pela Maternidade-Escola/ UFRJ, com vasta experiência no campo de atuação em Musicoterapia adquirida em um hospital pediátrico, nos Centros de Reabilitação da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, em Vila Isabel e em São Conrado, e, no Centro de Atenção Psicossocial da infância e Adolescência e também no Hospital-Dia e no Centro de Doença de Alzheimer e outros transtornos mentais do envelhecimento do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, é, agora,  a musicoterapeuta da Escola de Música e tem sob sua responsabilidade o desenvolvimento do trabalho terapêutico através da música junto às crianças do já citado curso com Síndrome de Down e Transtorno do Espectro do Autismo e a coordenação do curso mencionado.

Desse trabalho terapêutico a algumas estereotipias, diferente daquilo que alguns possam pensar, Gabriela explicou que o tratamento realizado com a Musicoterapia, não necessariamente se efetiva com músicas que conhecemos através das estações de rádios, ou outros meios de divulgação.

E que, embora, às vezes, canções de um repertório pré-estabelecido possam ser utilizadas, a depender do desenvolvimento do processo terapêutico, a base do tratamento é estabelecida nos improvisos e nos estímulos sonoros. Isso porque, ainda segundo ela, esse processo consiste na construção junto com o paciente das etapas da complexidade da música, pois já se sabe que quanto mais estruturada for a música, mais complicada  será a interação do paciente com ela. Assim como, também é de domínio público que se o paciente produzir uma música mais estruturada, ele já se encontra num estágio mais avançado do tratamento.

A respeito das áreas nas quais a Musicoterapia atua, Gabriela fez saber que seus resultados encontram-se demonstrados nas áreas da Saúde, da Educação e na da Assistência Social, uma vez que os meios empregados por esse campo de conhecimento promovem o bem-estar do paciente, a partir do trabalho que realiza na subjetividade, na identidade do indivíduo para que se reconheça como tal e se afirme com suas particularidades, necessidades, qualidades e até mesmo com suas fragilidades, já que essas são comuns a todos os seres humanos.

Destacou que a Musicoterapia atua também na organização do sistema nervoso central, regulando estereotipias, como por exemplo, no transtorno de espectro autista e na diminuição de crises convulsivas. E lembrou que a eficácia da Musicoterapia no controle da dor em pacientes hospitalizados, no desenvolvimento motor e no desenvolvimento da linguagem, estão a tempos, além da prática, demonstrados em estudos. 

Da outra iniciativa proposta pela Escola de Música que conta com o seu trabalho de coordenação, ou seja, o Curso de Atualização de Formação Continuada para Educadores Musicais , Gabriela informou que o curso teve seu início no mês de maio e está sendo ministrado, no Prédio 2 da Escola de Música, às quintas-feiras, no horário das 11:00 às 13:00h, com término desse primeiro módulo ao final do mês de junho e que o segundo módulo terá seu início na metade do mês de agosto e encerramento ao final do mês de setembro.

No programa do curso, os estudos abarcam os desafios em sala de aula para a inclusão de alunos que tenham algum tipo de transtorno, de deficiência, ou, ainda porque se encontram em estado de vulnerabilidade social, ou vulnerabilidade de gênero que, ultimamente, ainda em acordo a Gabriela Koatz, tem surgido em salas de aulas com aqueles que, desde a infância se identificam com gêneros diferentes.

Todas essas condições que atravessam muito a sociabilidade em salas de aulas e que envolvem a aceitação desses indivíduos pela instituição e pela turma são objetos do estudo desse curso, uma vez que por serem considerados, entre aspas, diferentes, terminam por não alcançarem o desenvolvimento esperado e necessário, uma vez que sendo discriminados não conseguem se incluírem na sala de aula e muito menos prestar atenção ao que o professor ensina. Para além de todos esses temas, o programa do curso abrange também as questões da legislação que trata da educação inclusiva, assim como abarca algumas questões patológicas.

Dada a grande procura por esse curso e a incompatibilidade apontada por muitos educadores entre o dia e horário que está sendo ministrado e seus respectivos trabalhos, foi por ela informado que, em 2024, a idéia é formar novas turmas em  outros horários e dias.

Correspondência

Escola de Música da UFRJ
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