176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

Em 11/04, Orquestra Sinfônica da UFRJ faz 2º concerto de sua 100ª temporada

Em 11 de abril, o Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, será palco da segunda apresentação da centésima temporada de concertos da Orquestra Sinfônica da UFRJ. O concerto será dedicado à professora Veruschka Mainhard e ao compositor Guilherme Bauer, importantes nomes que marcaram a EM/UFRJ e que nos deixaram em março deste ano.

Querida por alunos e colegas, Veruschka era doutora em Música pela Unirio e mestre em flauta transversa barroca e música antiga pela Escola Superior de Utrecht (Holanda). Era professora adjunta da EM/UFRJ, atuando na graduação como professora de Canto e Dicção, e na pós-graduação como professora/ orientadora no PROMUS (Mestrado Profissional em Música). Além disso, era também preparadora vocal do Conjunto Vocal Sacra Vox e coordenadora do projeto de extensão Transcrições e Traduções. Atuou como solista em óperas, oratórios e cantatas no Brasil, Alemanha, Holanda e Estados Unidos, assim como fez estreias mundiais de obras escritas para sua voz.

Já Bauer iniciou seus estudos musicais no Colégio Santo Inácio e foi aluno de violino de Iolanda Peixoto. Em 1960, ingressou na então Escola Nacional de Música, tornando-se posteriormente professor na Universidade Estácio de Sá e na Escola de Música Villa-Lobos. Em 1977, organizou o grupo Ars Contemporânea, que, durante sete anos, realizou inúmeros concertos divulgando o repertório brasileiro. O compositor também foi idealizador do selo RioArte Digital, que registrou em CD mais de cinquenta obras de compositores brasileiros, e do Projeto Estreias Brasileiras, que, em 1997, encomendou e estreou 33 obras de autores nacionais. Premiado em diversos concursos, como o Prêmio Esso de Música Erudita, Concurso Latino-Americano da UFBa, Prêmio da Sociedade Cultura Artística de São Paulo e o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, Guilherme Bauer era membro da Academia Brasileira de Música, onde ocupava a cadeira número 17.

A peça escolhida para homenageá-los é In Memoriam, composta em 1952 por Ernest Bloch, e que abrirá a apresentação de 11 de abril.

Na sequência, será executada uma obra que Johannes Brahms compôs em 1880 como agradecimento ao título de Doutor que lhe foi outorgado pela Universidade de Breslau no ano anterior. Para estruturar a obra o compositor reuniu diversas canções estudantis, concluindo com o muito conhecido à época hino Gaudeamus igitur. A celebração de seu doutoramento proporcionou a criação de uma obra festiva, que inclui um naipe de percussão pouco usual no conjunto de sua produção orquestral.

O programa segue com uma das peças mais célebres do compositor francês Ernest Chausson, o Poème para violino, que desde sua estreia se tornou uma das obras consagradas do repertório violinístico. Ela tem origem em um pedido do violinista Eugène Ysaÿe para que Chausson escrevesse um concerto. Pouco à vontade com a forma concerto, o compositor propôs escrever uma peça em movimento único, de forma mais livre. Tendo por base uma novela do escritor russo Ivan Turgueniev, a obra foi intitulada inicialmente de Le Chant de l'amour triomphant (A canção do amor triunfante), sendo o título alterado posteriormente para Poème symphonique e, finalmente, apenas Poème. Embora não seja descritiva, ou seja, desprovida de associações extra-musicais, a obra, segundo o autor, reflete diferentes “sensações” expressas nos andamentos que se alternam em seu movimento único.

O programa conclui com a Sinfonia nº8, de Beethoven. Composta em 1812, precede a brilhante e agitada Sinfonia nº7 e a triunfante Sinfonia nº9. Em sua estreia, o público a acolheu com pouco entusiasmo, pois esperava algo no estilo “heroico” do compositor e foi surpreendido com uma sinfonia que remete ao estilo de Haydn. É uma obra descontraída, na qual não há propriamente um movimento lento, cujo caráter “saltitante” e quase mecânico do segundo movimento teria sido uma provável homenagem do compositor a Johann Nepomuk Mälzel, o engenheiro que criou o metrônomo. Outra questão formal que chama atenção na sinfonia está no terceiro movimento, com a substituição do tradicional e impetuoso Scherzo de suas sinfonias anteriores por um cadenciado Minueto.

O concerto ainda contará com a regência de Daniel Guedes e com a participação do violinista Mateus Soares. A entrada é gratuita e a apresentação está marcada para as 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, que fica na Rua do Passeio, 98, próxima à estação Cinelândia do metrô.

 

Mateus Soares

Mateus de Oliveira Soares iniciou seus estudos musicais em 2010, na ONG Orquestrando a Vida, na cidade de em Campos dos Goytacazes, tendo aulas com a professora Fernanda Morais. Em 2016 mudou para o Rio de Janeiro, ingressando no bacharelado em violino da Escola de Música da UFRJ, na classe do professor Daniel Guedes. Participou também de master classes com violinistas renomados, como Shmuel Ashkenasi e Pinchas Zukerman, em festivais como o Orchesterzemtrum, em Dortmund (Alemanha), o Festival de Inverno de Campos do Jordão (SP) e o Festival Internacional de Música de Barra Mansa. Entre 2017 e 2021 foi violinista da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (OSBM), onde atuou como chefe de naipe e professor do projeto “Música nas Escolas”. Em 2021 ingressou na Academia da OSESP, dando continuidade aos estudos sob a orientação de Emmanuele Baldini e Amanda Martins, tendo participado de concertos de câmara e sinfônicos, inclusive no Carnegie Hall (EUA) em 2022, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Como músico convidado atuou também na Orquestra Petrobras Sinfônica e na Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 2023, foi um dos vencedores do Concurso Jovens Instrumentistas da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sendo selecionado para atuar como solista na temporada de 2024.

 

Daniel Guedes

Carioca, nascido em 1977, Daniel Guedes iniciou seus estudos de violino aos sete anos com seu pai e logo ingressou no Conservatório Brasileiro de Música. Em 1991 ganhou bolsa de estudos da Capes para estudar em Londres, tendo sido aluno de Detlef Hahn na Guildhall School of Music. Posteriormente cursou bacharelado e mestrado na Manhattan School of Music de Nova York, na classe de Pinchas Zukerman e Patinka Kopec no Pinchas Zukerman Performance Program. Estudou música de câmera com Sylvia Rosenberg, Isidore Cohen e Arnold Steinhardt e regência com Pinchas Zukerman e Mika Eichenholz. Foi vencedor de vários concursos, destacando-se o Jovens Concertistas Brasileiros, que venceu com apenas 13 anos de idade, e a Waldo Mayo Memorial Award, em Nova York, prêmio que lhe valeu concerto no Carnegie Hall tocando o Concerto n°1 de Max Bruch. Atua como solista das principais orquestras brasileiras e também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Itália e América do Sul. Como regente, atuou frente a orquestras como a OSB, Sinfônica de Campinas, Sinfônica da Bahia, Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da UFRJ, Sinfônica da USP, Sinfônica Nacional da UFF, entre outras. É regente da Academia Jovem Concertante e Regente Associado da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. É professor de violino da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de lecionar em importantes festivais como o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão e o Festival de Música de Santa Catarina (FEMUSC).

 

PROGRAMA

1- Ernest BLOCH (1885-1977) In memoriam (1952) 3’

2- Johannes BRAHMS (1833-1897) – Abertura Festival Acadêmico op.80 (1880) 10’

3- Ernest CHAUSSON (1855-1899) – Poème para violino e orquestra op.25 (1896) 17'

Solista: Mateus Soares (vln.)

4- L. V. BEETHOVEN (1756-1791) – Sinfonia no8 em Fá M op.93 (1812) 30'

I- Allegro vivace e con brio

II- Allegretto scherzando

III- Tempo di Menuetto

IV- Allegro vivace

Regente: Daniel Guedes

 

osufrj20240411

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