176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

Da pandemia à Harmonia: programa nascido no auge da crise alcança todo o Brasil

Ainda muito e muito antes da pandemia, a Escola de Música da UFRJ já possuía um corpo de servidores docente com formação acadêmica de excelência e capacidade técnica com grau de elevação suficiente para aplicar nas atividades de ensino, nas atividades de criação, nas atividades que envolvam discussões de interesse comum e nas performances o resultado de suas respectivas pesquisas.

E, por assim ser, quando em março de 2020, a Fundação Nacional das Artes – FUNARTE- apresentou a proposta de uma parceria cujo resultado do trabalho fosse, particularmente, capaz de prover os meios de aperfeiçoamento necessários àqueles que do mundo das artes fazem parte com vista a auxiliá-los na superação daquele período sombrio, essa centenária Escola pôde, em setembro daquele mesmo ano, colocar à disposição da FUNARTE e da sociedade brasileira, o maior programa gratuito de Educação a Distância- EaD- do país.

2023 75ce6a31 446e 43a0 aec4 ccef86f9b6b3 (1)Planejado pelos docentes  Marcelo Jardim, André Cardoso, Ronal Silveira e pela docente Maria José Chevitarese, no programa inicialmente apresentado constavam três projetos: O Projeto Bossa Criativa, com escopo voltado ao patrimônio cultural abarcando tudo aquilo que configuram as suas manifestações na arquitetura, na música, na literatura, no teatro, nas artes visuais, na dança , na culinária, etc.; junto a ele o Projeto SINOS – Sistema Nacional de Orquestras Sociais- tendo por intento o apoio às iniciativas de educação musical alicerçada no ensino coletivo de instrumentos e na formação de jovens orquestras de cunho social ; e o Projeto Um Novo Olhar- UNO-, voltado à acessibilidade cultural e ao canto coral infantil.

Uma vez aprovado o programa e verificada a sua extensão e especificidades de cada um desses projetos, um número significativo de docentes, discentes  e técnicos das universidades de todo Brasil foram convidados para deles participarem de modo a tornarem efetiva a conexão entre o que as universidades produzem a partir do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão e o desenvolvimento de uma política pública junto a instituições municipais, estaduais e federais.

E quando instituído o programa e verificada a sua dimensão no âmbito da democratização da cultura, da diversidade e difusão das artes de modo inclusivo, a ele foi dado o nome de Arte de Toda Gente.

PHOTO 2023 04 07 08 44 29E, se, no ano de 2020, os Cursos de Capacitação a seguir elencados de: Instrumentos de Orquestra, Cavaquinho, Figurino: a pele criativa da cena, Introdução a Regência, Introdução ao Coro Infantil, Gestão Cultural: captação de recursos em projetos, Artes Visuais, Dança, Literatura/Acessibilidade, Introdução a Musicografia em Braile, Elaboração de Projetos Culturais com foco em leis de incentivo, Violão de Sete Cordas, que foram oferecidos e ministrados de forma on-line por profissionais  de elevados níveis,  provocaram surpresa pela magnitude do número de 4 mil e quatorze (4.014) pessoas que por esses cursos foram certificados, cabe noticiar, mesmo que com poucos exemplos, o resultado de outras linhas de trabalho que do Projeto Bossa Criativa, do Projeto SINOS e  do Projeto UNO fizeram parte.

PHOTO 2023 04 27 11 50 13Assim, pelo fato de o Projeto Bossa Criativa ter como suporte oito (8) municípios e um (1) espaço arquitetônico certificados pela UNESCO como Patrimônios da Humanidade - Brasília-DF-, complexo arquitetônico da Pampulha em Belo Horizonte -MG-, Olinda- PE-, Ouro Preto- MG-, Paraty-RJ-, Rio de Janeiro -RJ-, São Luis- MA-,São Cristóvão -SE- e São Miguel das Missões,e, ter como propósito desenvolver as atividades educacionais e da economia criativa a partir de suas diversas manifestações artísticas, oriundas de diferentes saberes que são vivenciadas por distintos grupos, etnias e classes sociais, a escolha do exemplo para constar nesta matéria volta-se para A Grande EnCIRCOpédia Virtual.

Tal escolha deve-se ao fato de ter sido realizada por trinta (30) famílias ou comunidades circenses, que sabemos todos fazer parte da cartografia das manifestações artísticas do nosso país, mas que pela própria natureza da arte que realizam, raramente, podem receber das instituições governamentais o apoio que outras classes de artistas, eventualmente, conseguem receber.

Marcelo Jardim, Coordenador deste projeto e Coordenador Geral do Programa Arte de Toda Gente, em entrevista, esclareceu que o número de famílias anteriormente previsto para realização dessa enciclopédia circense ficou reduzido ao número citado, em razão de grande parte das troupes circenses não possuírem a documentação necessária às suas inclusões em possíveis apoios institucionais e ganho de visibilidade fora dos limites dos rincões brasileiros que, via de regra, têm nos circos a única forma de acesso às pequenas mostras de todas as linguagens da arte que dos espetáculos dos circos fazem parte.

LOGO SINOS PNG POSITIVOInspirada no livro homônimo, de Sula Mavrudis e tendo dela recebido a curadoria, os vídeos que compõem a Grande EnCIRCOpédia Virtual foram formalizados sob a forma de verbetes, nos quais estão registrados os saberes por séculos acumulados  que tratam dos fundamentos teóricos das personagens do circo, das dificuldades que devem ser superadas para que possam ser executados os movimentos dos números cênicos etc. e que , por tradição são repassados de forma oral de geração a geração.

No Projeto Sistema Nacional de Orquestras Sociais- SINOS, além dos citados cursos de capacitação de instrumentistas, regentes e educadores musicais; da edição de uma revista; da publicação e disponibilização gratuita de partituras de obras na página do projeto, condizentes às suas respectivas interpretações por jovens orquestras, foi constatado que se fazia necessário a atualização do repertório da música orquestral. Dessa comprovada necessidade, a partir de critérios técnicos muito bem definidos, o coordenador do projeto, André Cardoso, encomendou novas obras a sessenta compositores de todo Brasil.

  Nadejda Costa
 
 Alexandre Schubert

Do resultado dessas encomendas, trazemos a público um fato singular que testemunha o quanto se fazia necessário a atualização da música orquestral: após a Orquestra Sinfônica da UFRJ ter gravado a obra Brasilianas nº 4, de Alexandre Schubert, em tempo muito reduzido, essa obra não só transpôs diferentes fronteiras estaduais como também atravessou a fronteira nacional, como sinalizam os registros já computados de sua interpretação por essas diferentes formações orquestrais, aqui relacionadas : JugendSinfonieOrchester Schuwerin, da Alemanha, Orquestra Sinfônica do Paraná,  e por músicos da Camerata Movidos a Cordas, Taubaté- SP-, da Universidade Federal do Piauí, do Conservatório Estadual Cora Pavan, em MG, do Espaço Musical CriAAR, de Uberaba-MG-, e do Centro Suzuki de Goiania.

2023 infantil CHEVITARESE (1) 1Sobre o Projeto Um Novo Olhar- UNO-, independente do valor e dos resultados alcançados com o trabalho de André Vidal- DF-, Ana Lúcia Gaborim-MS-, Andrea Adour-RJ-, Cristiane Ferronato-RS-, Isabela Sekeff-DF-, Juliana Melleiro-RJ-, Lúcia Passos-RS-, Luis Gustavo Laureano-SP-, Maria José Chevitarese-RJ -, Paulo Paraguassu-ES-, Silmara Drezza-SP- e Vladimir Silva-PB- nos cursos de capacitação, não se pode deixar de dar destaque a três outros trabalhos desenvolvidos por este projeto que se expressam como verdadeiros divisores de água no ensino do canto coral infantil.

Isso porque, diferente do maestro André Cardoso que verificou a inevitável exigência da atualização do repertório da música orquestral brasileira, da editoração e revisão de partituras de obras escritas no passado e da necessidade de conceder livre acesso a todas elas, a regente Maria José Chevitarese que já havia constatado não existir, até então, na língua portuguesa nenhum material bibliográfico que tratasse do tema do canto coral, organizou com sua equipe, fez publicar e colocar também gratuitamente na página do Projeto UNO, a obra Aprimorando meu coro infantil.

 Também ciente de não haver no Brasil nenhuma editora que se dedique a publicação de partituras para coros infantojuvenis, a partir do planejamento da professora Juliana Melleiro  que, igualmente faz parte do corpo docente da Escola de Música da UFRJ, foram colocadas na página do projeto à disposição dos profissionais de todo Brasil que desenvolvem seus trabalhos com o canto coral, setenta (70) partituras.

Na comprovação do anseio dos profissionais do canto coral infantil de todo Brasil pela apropriação dos saberes relacionados ao tema, essa matéria é finalizada dando destaque ao seguinte fato:  uma vez organizado e transmitido virtualmente, o I Congresso Internacional de Música Coral Infantojuvenil : Um Novo Olhar atingiu a marca de dois mil (2000) participantes.  

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