Concertos UFRJ: a Música da Venezuela

O programa Concertos UFRJ está de volta à música latino-americana, a qual já dedicou um especial em que foram apresentados compositores dos séc. XVIII e XIX. Mas agora, a edição do dia 24, visita a Venezuela, país com uma rica tradição e que desenvolve uma das mais bem sucedidas experiências de ensino musical, hoje replicada em outros países, a Fundación del Estado para la Orquesta Nacional Juvenil de Venezuela (FESNOJIV) – mais conhecida simplesmente como "El Sistema".

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
 

Criado em 1975 pelo violinista e economista José Antonio Abreu, o Sistema conta hoje com 250 000 estudantes em toda a Venezuela, 90% deles oriundos de comunidades populares. Seus objetivos são predominantemente sociais – a música serve para ajudar crianças e adolescentes em situação precária –, mas o projeto também alcançou um notável sucesso artístico, formando artistas que tocam nas melhores orquestras do mundo – o celebrado maestro Gustavo Dudamel, atualmente titular da Filarmônica de Los Angeles, é um dos seus expoentes.

 

A FESNOJIV, por exemplo, sustenta a Orquestra Sinfônica da Juventude Venezuelana Simon Bolívar, a Orquestra Sinfônica Nacional Infantil e Juvenil da Venezuela, as orquestras sinfônicas infantis e juvenis de Caracas e de todo o território nacional, além de grupos corais e de câmara que surgiram no seio do Sistema.

 

Mas o Sistema é apenas a ponta do iceberg de uma rica tradição musical que remonta à colônia, da qual o programa apresenta três peças significativas.  “Margariteña”, de Inocente Carreño (1919), com o maestro Maximiniano Valdés a frente da Orquestra Simon Bolívar; e, com os mesmos intérpretes, a “Fuga Romántica”, escrita em 1950, por Juan Bautista Plaza (1898-1965). No entanto, o destaque é sem dúvida, a “Cantata Criolla”, de Antonio Estévez (1916-1988), mais importante obra musical venezuelana. Em três movimentos – I - Lento e cadencioso, II. Lento, tenebroso e III. Allegro vivo – é uma peça coral sinfônica de grande poder expressivo. Composta sobre o texto “Florentino, el que canto con el Diablo”, uma lenda popular recolhida e retrabalhada pelo poeta Alberto Arvelo Torrealba e publicada em suas “Glosas al Cancionero”, de 1940.

 

Na cantata, que estreou em 1954, sobressai o clima mágico e sobrenatural que entrelaça humano e divino, bem e mau, épico e dramático, com a força rítmica e expressiva do ethos venezuelano e, em larga medida, da América Hispânica. Os dois solistas, um tenor e um barítono, representam respectivamente Florentino e o Diabo. A gravação ouvida é com a Orquestra Simon Bolívar, tendo a frente o maestro Eduardo Mata, e como solistas Idwer Alvarez e William Alvarado. Participam ainda o Orfeão Universitário Simon Bolivar ea  Schola Cantorum de Caracas.

 

Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, Concertos UFRJ vão ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (audio sob demanda) da rádio. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..