Coral infantil participa de cerimônia olímpica

Dentre as centenas de coros existentes no Estado do Rio de Janeiro, o Coral Infantil da UFRJ foi o escolhido para, às 20 horas do dia 21 de agosto, interpretar o Hino Nacional na cerimônia de encerramento das Olímpiadas.

 

 Foto: Divulgação
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Para estar incluído no elenco de estrelas que fazem parte do maior evento esportivo do mundo, o Coral Infantil da UFRJ tem em seu histórico, outras atuações de abrangência internacional, tais como a recepção ao Papa João Paulo II, em 1997, a participação no bi-centenário da Independência da Argentina, em 2010, e a abertura da cerimônia dos para-atletas, na Copa do Mundo de Futebol, realizada no Brasil em 2014. Em sua trajetória de sucesso, o Coral Infantil da UFRJ, atualmente formado por 45 crianças, com idades entre 7 e 15 anos, tem também o registro de ser uma referência para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, não só no que se refere à realização de óperas que exigem a participação de um coro infantil, como também na realização de concertos sinfônicos. A participação em grandes eventos tem por marco o ano de 1994, com a Ópera Turandot, realizada na Apoteose do Sambódromo do Rio de Janeiro, cinco anos depois de Maria José Chevitarese ter criado o coral a convite de Diva Abalada, que à época ocupava o cargo de Diretora da Escola de Música da UFRJ. Maria José Chevitarese, a regente deste coral e que a ele deu existência, quando ainda ocupava o cargo de docente no Departamento de Estruturas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e, lá, também regia o Coral da FAU-UFRJ, considera que o sucesso alcançado deve-se à seriedade com que é desenvolvido o processo de aprendizagem com as crianças e adolescentes que dele participam. Desse e nesse processo de aprendizagem faz parte uma política de inclusão social e cultural que, de imediato, suprimiu o processo seletivo de ingresso ao coral, fazendo com que, além dos alunos matriculados nos diversos cursos de extensão da Escola, ao coral infantil da UFRJ passassem a ter acesso as crianças e jovens oriundos dos mais diferentes lugares. Com essa medida, na prática a única exigência para participação no coral infantil da UFRJ passa pela disponibilidade de estar presente aos ensaios, às terças e quintas-feiras, no horário das 16 às 18 horas. Em conseqüência a esta supressão, a implementação de uma prática pedagógica de respeito às diferenças individuais tornou-se obrigatória. Advinda de um saber que conduz à certeza de que toda criança pode cantar, desde que não portadora de um problema nas cordas vocais ou de um auditivo, essa prática pedagógica passou a ser desenvolvida junto àqueles que chegam ao coral com alguma dificuldade de reproduzir uma linha melódica ou com dificuldade de afinação, até que possam ser integrados ao coro. A regente do coral, Maria José Chevitarese destacou durante a entrevista que nenhum dos procedimentos didáticos e pedagógicos, que envolvem o aprendizado dos participantes do coral, poderiam ser efetuados, se ela não pudesse contar com a equipe de trabalho formada pela pianista Claudia Feitosa e pela aluna do Curso de Composição da Escola de Música, Pamela Malaquias, que têm auxiliado no trabalho com coro. Portanto, quando o Coral Infantil da UFRJ, com a regência de Maria José Chevitarese, se encontrar sob o brilho dos holofotes da imprensa mundial, por trás da imagem projetada, mesmo que não visível, nela encontram-se gravados 27 anos de trabalhos ininterruptos, consolidados, dia após dia, na busca pela qualidade do ensino aliada a um processo democrático e de respeito às diferenças.