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Estátuas de Don Quixote e Sancho Panza, na Plaza de España em Madrid |
Esta semana Concertos UFRJ apresentou a integral do “Don Quixote nas Bodas de Camacho” do compositor barroco alemão Telemann. Uma prévia da temporada de ópera da Escola de Música (EM) que apresenta, a partir do dia 12 de maio, esta mesma obra em récitas na Escola de Música e em outros espaços. Parceria da EM com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ é veiculada toda segunda-feira, às 22h, pela emissora, na sintonia 94,1 FM, e conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).
Don Quixote é um dos personagens mais queridos e famosos de toda a literatura mundial. Genial criação do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), o tragicômico “cavaleiro da triste figura” sempre seduziu os compositores e ao longo dos séculos suas aventuras foram traduzidas em música e transpostas para o palco na forma de suítes, poemas-sinfônicos, canções, óperas e ballets.
São muitos os exemplos. Um dos primeiros foi a música incidental composta pelo inglês Henry Purcell entre 1694 e 1695. Entre as óperas podemos citar as versões de Francesco Bartolommeo (1719), Antonio Caldara (1733), Joseph Bodin de Boismortier (1743), Antonio Salieri (1770), Niccolò Piccinni (1773), Pietro Generali (1805) e Jules Massenet (1910). Don Quixote foi também enredo para alguns ballets sendo aquele criado para o Teatro Bolshoi em 1869 pelo compositor Ludwig Minkus e o coreógrafo Marius Petipa um clássico da dança. No terreno da música sinfônica há de se destacar os poemas-sinfônicos de Anton Rubinstein (1870), Viktor Ullman (1944) e, o mais conhecido e executado entre todos, o de Richard Strauss (1897) onde o violoncelo solista personifica Don Quixote e a viola seu fiel escudeiro Sancho Panza.
Em seus muitos anos de vida e extensa produção o compositor barroco alemão George Philipp Telemann (1681-1763) abordou a música de cena tanto em grandes óperas quanto em comédias de curta duração, chamadas de intermezzos ou serenatas. Deixou ao todo 17 óperas sendo a última o Don Quichotte auf der Hochzeit des Comacho, escrita quando o compositor já havia ultrapassado os oitenta anos.
A origem da obra é um libreto intitulado Basilio und Quiteria preparado pelo jovem escritor Daniel Schiebeler (1741-71) baseado em episódio da obra de Miguel de Cervantes (1547-1616). Schiebeler o ofereceu a Telemann com a proposta de transformá-lo em uma ópera. Telemann aceitou com entusiasmo, mas propos algumas alterações no texto, começando pelo título.
O compositor concluiu a música no outono de 1761 e a serenata foi estreada na sala de concertos Dreybahn, em Hamburgo. O caráter cômico da obra é acentuado pelo antagonismo dos dois personagens principais. A figura mundana de Sancho Panza montado em seu burrico Gris se contrapõe ao altivo e delirante Don Quixote cavalgando seu alazão Rocinante. A participação do coro fornece o ambiente popular para uma celebração de casamento ao ar livre. Não faltam também momentos mais sentidos, como na bela ária de Grisóstomo.
A gravação traz Raimund Nolte (barítono) como Don Quixote, Michael Schopper (baixo) como Sancho Pansa, Silke Stapf (soprano) como Pedrillo, Mechtild Bach (soprano) como Grisóstomo, Heike Hallaschka (soprano) como Quiteria, Annette Kohler (mezzo) como Camacho e Karl-Heinz Brandt (tenor) como Basilio. O coro é da Academia de Música Antiga de Bremen e a orquestra é o conjunto La Stagione sob a direção de Michael Schneider.
As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Sinopse de Don Quixote nas Bodas de Camacho
George Philipp Telemann Daniel Schiebeler, libreto
A ação se passa em uma aldeia.
Ato único
Enquanto percorrem a estrada, Don Quixote discorre sobre os valores de um grande cavaleiro andante, que vai pelo mundo com suas armas e cavalo, em busca de aventuras, desfazendo agravos, reparando injustiças, enfrentando gigantes e superando perigos, em nome de sua amada Dulcineia. Sancho Panza lamenta os desvarios de seu amo, recordando as aventuras em que quase sempre saem com arranhões ou com os ossos moídos de pancadas.
Um grupo de pastores se aproxima alegremente e Quixote já vislumbra uma nova aventura. Dois jovens, Pedrillo e Grisóstomo, se apresentam e contam aos viajantes o casamento entre o rico Comacho e a bela Quitéria. Don Quixote retruca dizendo que nenhuma mulher pode ser mais bela do que sua Dulcineia e se dispõe a enfrentar aquele que discordar. Os pastores, então, perguntam quem são os dois viajantes e ouvem: o fidalgo cavaleiro Don Quixote de la Mancha, com seu cavalo Rocinante, e seu fiel escudeiro Sancho Panza, montado em seu burrico Gris. Grisóstomo, então, se lembra de que, enquanto todos estão em festa e alegres, há alguém que sofre com o casamento. Diz tratar-se de Basílio, um pastor pobre, mas prodigioso na dança e na luta, que ama Quitéria desde criança. Esta, por sua vez, casará com Comacho por sua riqueza.
Nesse momento, um grupo se aproxima trazendo os noivos e cantando uma alegre canção. A festa vai começar. Sancho inspeciona o banquete que será servido. Começa a celebração e a noiva chora. Grisóstomo lembra aos convidados que todas as noivas choram antes do casamento. Sancho diz que não se lembra de ter visto sua mulher chorar em seu casamento.
A chegada de Basílio interrompe a festa. Este, amparado por amigos e com um punhal cravado no peito, diz que está morrendo e que a morte o libertará para sempre da crueldade de Quitéria. Após dirigir palavras duras à noiva, faz um último pedido a ela: que se case com ele para, após declarar seu amor, poder morrer em paz. Comacho reage não aceitando a proposta, mas, pressionado por todos, acaba por ser convencido. Quitéria, emocionada, cumpre o último desejo de Basílio e se casa com ele. Entretanto, subitamente Basílio recobra a postura de um jovem são e diz que sua morte não passou de um fingimento. Furioso, Comacho conclama os amigos a empunhar as espadas e pede vingança. É o momento em que Don Quixote, ignorando o conselho de seu servo para não se intrometer, diz que os céus uniram Basílio e Quitéria e que assim deveriam permanecer.
Comacho, após certa resistência, acaba por ceder ao apelo de Don Quixote e se retira com seus amigos. Sancho Panza pode assim desfrutar do farto banquete e todos se unem em coro para celebrar o casamento de Quitéria e Basílio.
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Programa 35 – Dia 04 de abril – Especial Gerard Abiton
Recital do violonista francês Gerard Abiton no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 5 de outubro de 2010.
Programa 36 – Dia 11 de abril – Grandes mestres da Escola de Música VI: Murillo Santos.
Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O sexto programa terá como convidado especial o pianista e compositor Murillo Santos que falará de sua carreira e obras por ocasião de seus 80 anos.
Programa 37 – Dia 18 de abril – Quinteto Experimental de Sopros da UFRJ em Karlsruhe.
Concerto gravado ao vivo em 17 de dezembro de 2010 no Castelo de Gottesaue em Karlsruhe (Alemanha) contando com a participação de alunos da Universidade de Karlsruhe e da Uni-Rio e dedicado integralmente ao repertório de câmara de compositores brasileiros.
Programa 38 – Dia 25 de abril – Ópera “Don Quixote nas bodas de Camacho” de George Phillip Telemann
Um dos personagens mais queridos e famosos de toda a literatura mundial e genial criação do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616) o tragicômico “cavaleiro da triste figura” sempre seduziu os compositores e ao longo dos séculos suas aventuras foram traduzidas em música e transpostas para o palco na forma de suítes, poemas-sinfônicos, canções, óperas e ballets. Composta por Telemann em 1671 “Don Quixote nas Bodas de Camacho” será apresentada com Raimund Nolte (barítono) como Don Quixote, Michael Schopper (baixo) como Sancho Pansa, Silke Stapf (soprano) como Pedrillo, Mechtild Bach (soprano) como Grisóstomo, Heike Hallaschka (soprano) como Quiteria, Annette Kohler (mezzo) como Camacho e Karl-Heinz Brandt (tenor) como Basilio. O coro é da Academia de Música Antiga de Bremen e a orquestra é o conjunto La Stagione sob a direção de Michael Schneider. |
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