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“Rita” de Donizetti em Concertos UFRJ

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

Nem só de amores desfeitos, vinganças, lágrimas e mortes se faz uma ópera. O gênero também permite rir. E muito, como é o caso deste insólito triângulo amoroso que Gaetano Donizetti (1797-1848), um dos maiores representantes do bel-canto, põe em cena em Rita e que “Concertos UFRJ”, programa radiofônico produzido pela Escola de Música (EM) em parceria com a Roquette Pinto, levou ao ar em 28 de fevereiro. Apresentado por André Cardoso, docente da Escola e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), é veiculado toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM.

 

O termo bel-canto define o estilo vocal italiano que predominou na cena lírica do final do século XVII ao início do século XIX e se caracteriza pela primazia da beleza do timbre vocal, do fraseado bem acabado, da linha melódica floreada e da técnica apurada. Base técnica, aliás, que reside na ênfase do controle da respiração, no aperfeiçoamento do legato, na precisão e flexibilidade da coloratura, na ausência de transições bruscas entre os registros, no controle sobre uma longa extensão vocal (com um registro agudo bastante desenvolvido e de fácil emissão) e na capacidade de construir a situação dramática a partir da própria linha melódica e dos atributos vocais.

 

Donizetti é um dos maiores representantes dessa escola. Ele nasceu na cidade de Bergamo, Lombardia, Itália, em 1797 e faleceu na mesma cidade em 1848. Apesar da vida relativamente curta produziu dezenas de óperas sendo as mais famosas e mais montadas atualmente o Don Pasquale e Elixir do Amor, ambas no gênero cômico, e Lucia de Lammermoor, dramática. A ópera Rita, em um ato e com duração de cerca de uma hora, foi escrita por Donizetti em 1841, em apenas uma semana, com base no libreto em italiano de Gustavo Vaéz, mas só foi estreada postumamente em 1860 em Paris.

 

O enredo é muito divertido e gira em torno de uma espécie de triangulo amoroso inusitado entre Rita e seus dois maridos, Gasparo e Beppe. A história começa na hospedagem de Rita, esposa tirânica e abusiva do tímido Beppe. A vida do casal se torna caótica com a chegada inesperada de Gasparo, o primeiro marido de Rita, que todos acreditavam ter se afogado anos atrás. Na realidade, havia fugido para o Canadá. Acreditando que a esposa morrera em um incêndio, voltara para obter a certidão de óbito de forma a casar novamente. Quando os dois se encontram, Gasparo tenta fugir. Beppe, no entanto, vê a oportunidade de se livrar dos maltratos de Rita já que Gasparo seria seu marido legítimo. Os dois concordam decidir a sorte em um jogo, de tal forma que quem vencesse deveria permanecer com Rita. Ambos fazem tudo para perder, mas no final o vencedor é Gasparo. No entanto, Rita, que sofrera bastante da mão de Gasparo, se recusa a voltar à condição anterior. Gasparo acaba induzindo Beppe a declarar seu amor por Rita e o desejo de permanecer ao lado dela. O astuto Gasparo, tendo conseguido seu intuito, se despede do casal reconciliado.

 

A gravação apresentda foi realizada ao vivo e dela participam a soprano Adelina Scarabelli no papel de Rita, o tenor Pietro Ballo como Beppe e o barítono Alessandro Corbelli como Gasparo. A Orquestra de Câmara Siciliana é regida pelo maestro Federico Amendola.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Sinopse de Rita

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Personagens

 

Rita, proprietária de uma hospedaria, soprano.

Beppe, seu marido atual, tenor.

Gasparo, seu antigo marido, barítono.

 

A ação se desenrola na hospedaria de Rita.

 

Ato único

 

Rita é a dona de uma hospedaria, cenário onde toda a trama se desenrola. Após uma brevíssima introdução orquestral Rita canta sua ária dizendo ser a feliz proprietária da hospedaria onde é, ao mesmo tempo, Rainha e Rei, pois quem manda é ela. Rita lamenta a vida passada e as desgraças que se abateram sobre ela com o incêndio de sua casa e a perda do primeiro marido em um naufrágio. Mas se sente recompensada, pois apanhava do esposo e, agora, é ela quem dá uma surra por semana em seu novo marido, o tímido e submisso Beppe. No dueto que se segue podemos ouvir não só os tapas de Rita como o choro de Beppe.

 

Entra em cena Gasparo pedindo uma taça de um bom vinho e dizendo ser recém chegado do Canadá em busca da certidão de óbito de sua primeira esposa que morrera em um incêndio para poder se casar novamente. Beppe o atende e tenta em vão esconder do viajante seu olho roxo. Gasparo pergunta o que houve e Beppe responde que apanha da mulher. Gasparo canta sua ária explicando a Beppe como um marido deve tratar sua mulher.

 

Rita retorna já dando ordens a Beppe e perguntando o que estava fazendo. Beppe responde que pedia os documentos ao novo hóspede. Gasparo entrega-os e dá de cara com Rita, ambos se reconhecem como marido e mulher que pensavam estar mortos. Ficam surpresos e tentam disfarçar. Só que Gasparo é reconhecido por Beppe como o primeiro e legítimo marido de Rita que vê na situação a oportunidade de se libertar da esposa e das surras sucessivas que leva dela. Ambos tentam se livrar da mulher, empurrando-a um para o outro. Os dois concordam então em disputar um jogo de cartas no qual o vencedor terá de ficar com Rita. Não é preciso dizer que os dois se empenham ao máximo em perder.

 

Gasparo vence, porém, o jogo e pelo combinado terá de voltar a ser novamente o marido de Rita. Beppe canta sua dificílima ária que mostra a felicidade por finalmente poder se livrar das surras de Rita.

 

Mas Rita não concorda com o pacto, pois se recorda do quanto sofreu em seu primeiro casamento. Gasparo tenta se explicar e se aproxima de Rita perguntando maliciosamente se ela ainda possui o contrato de casamento. Rita responde que sim e Gasparo se insinua com a intenção de obtê-lo para si.

 

Beppe se irrita com a atitude de Gasparo e o desafia para um duelo. O astuto Gasparo diz ser impossível e finge estar inutilizado por perder o uso de uma das mãos por um golpe de espada. O trio que se segue revela os sentimentos conflitantes dos personagens e a farsa subjacente: cada um tentando conduzir a situação de acordo com seus interesses.

 

Gasparo percebe que Beppe está em dúvida e o induz a declarar seu amor por Rita e sua intenção de continuar sendo seu marido. O casal faz as pazes com a promessa de Rita de não maltratá-lo mais. Gasparo, tendo alcançado seu objetivo, pode retornar ao Canadá e se despede do casal reconciliado.

 

A partitura de Rita pode ser consultada aqui.

    Programação de Março

     

     Em razão da cobertura do desfile das escolas de samba a Rádio Roquette Pinto não transmitirá o programa Concertos UFRJ no dia 7 de março.


    Programa 32 – Dia 14 de março – Grandes mestres da Escola de Música V: Arnaldo Estrella.


    Série que dedica um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. O quinto programa será dedicado a Arnaldo Estrella (1908-1980), pianista que foi um dos mais gabaritados intérpretes de Villa-Lobos e que se dedicou intensamente à música brasileira. Como professor formou várias gerações de importantes pianistas.

     

    1. Heitor VILLA-LOBOS – Guia Prático no 3 (O Pastorzinho, João Cambuête, A Freira, Garibaldi foi à Missa e O Pião).
    2. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa “Tristorosa” (1910).
    3. Heitor VILLA-LOBOS – Valsa da Dor (1932).
    4. Francisco MIGNONE – Valsas Choro nos 8 e 11.
    5. Sigismund NEUKOMM – “Amor Brasileiro”.
    6. Brasílio ITIBERÊ – “A sertaneja” .
    7. Leopoldo MIGUEZ – Noturno op. 10
    8. Alberto NEPOMUCENO – “Galhofeira”, último número das Quatro Peças Líricas op. 13.
    9. Heitor VILLA-LOBOS – Choros no. 5 “Alma Brasileira”.

     

    Programa 33 – Dia 21 de março – Especial Pablo Marquez.


    Recital do violonista argentino Pablo Marquez no festival “Violão: 30 anos na UFRJ”, gravado ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ no dia 8 de outubro de 2010.

     

    1. J. S. BACH - Suite BWV 1001: Adágio, Fuga, Siciliano e Presto.
    2. Franz SCHUBERT – Seis canções (transcrição de Mertz): “Lob der Thränen”, “Liebebotschaft”, “Aufenthalt”, “Das Fichermädchen”, “Ständchen” e “Die Post”.
    3. Alberto GINASTERA – Sonata para violão em quatro movimentos: Preludio, Canto, Scherzo e Finale.
    4. Cuchi LEGUIZAMON – El silbador (Zamba).

     

    Programa 34 – Dia 28 de março – Ópera “La serva padrona” de Giovanni Batista PERGOLESI


    Composta pelo compositor italiano Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) a partir de libreto de autoria de Gennaro Maria Federico, foi estreada em 1733 no Teatro di San Bartolomeo, em Nápoles. Trata-se, na verdade, de uma obra musical dramática que, em rigor, não é uma ópera. La Serva Padrona é classificada como um intermezzo, ou seja, um tipo de espetáculo que era executado nos intervalos das óperas sérias. A gravação que ouviremos traz a soprano Maddalena Bonifaccio no papel de Serpina, o barítono Siegmund Niemsgern como Uberto. O conjunto instrumental é o Collegium Aureum.

    Correspondência

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