176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

Francisco Mignone em “Concertos UFRJ”


 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

A obra de Francisco Mignone (1897-1986), um dos maiores músicos brasileiros do século passado, foi o tema da edição de Concertos UFRJ veiculada em oito de novembro. Apresentado toda segunda-feira, às 22h, por André Cardoso, diretor da Escola de Música (EM) e regente da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ), o programa é resultado de um convênio da UFRJ com a Rádio Roquette Pinto (FM 94,1).

 

Francisco Mignone, descendente de italianos, nasceu em São Paulo (SP) em 1897. Seu pai, flautista, foi seu primeiro professor. Cursou composição e piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde, após quatro anos de estudos, se formou. Participa então de pequenas orquestras e de conjuntos de choro e chega a escrever, sob pseudônimo de Chico Bororó, música popular.

 

Graças a uma bolsa de aperfeiçoamento, viaja em 1920 para a Milão, onde estuda com Vicenzo Ferroni. Os nove anos passados na Europa, com frequentes visitas ao Brasil, lhe dão embasamento teórico e novas perspectivas musicais: "E no final de todos esses ensinamentos eu me tornei o meu próprio professor", dirá mais tarde. Desta época é a ópera O Contratador de Diamantes (1921), cuja Congada, peça de bailado do segundo ato, ficou célebre. Igualmente desta fase são a Festa Dionisíaca (1923), um poema sinfônico, e Momus, poema humorístico.

 

Ao regressar ao Brasil, torna-se professor do conservatório em que havia estudado, sendo friamente recebido por Mário de Andrade, seu colega quando jovem neste estabelecimento, devido as suas fortes influências europeias. A reaproximação resultará, porém, numa amizade duradoura entre os dois e na aceitação por parte do compositor dos postulados nacionalistas propostos pelo escritor e pelo movimento modernista de 22, o que fez com que Mignone passasse a buscar inspiração nas raízes musicais e folclóricas brasileiras, a ponto de se tornar o compositor nacionalista mais importante da geração pós Villa-Lobos. Como afirmou Mário de Andrade, "Na música italiana Mignone será mais um numa escola rica e numerosa que ele não aumenta. Aqui ele será um valor imprescindível". Deste período são a primeira e segunda Fantasia Brasileira (para piano e orquestra), as Festas de Igrejas (poema sinfônico) e a série das 12 Valsas de Esquina (cada uma composta sobre um dos 12 tons menores).

 

Em 1933, o compositor se muda para o Rio de Janeiro para exercer o cargo de titular de regência no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ (EM). Em 1939, por concurso, Mignone é efetivado nessa mesma cadeira, a qual haveria de ocupar até a aposentadoria em 1967. Nesta época compõe, entre outras obras marcantes, o bailado Maracatu do Chico Rei em colaboração com Mário de Andrade. Entre seus alunos figuram, entre outros, Eleazar de Carvalho, Henrique Morelenbaun e Mário Tavares. "Possibilitei a muitos jovens que se transformassem em mestres da arte de difundir a música, a nossa grande música", dirá sobre sua experiência docente.

 

Sua obra denuncia várias influências: inicialmente a da música italiana, mais tarde a de temas brasileiros. Outra fonte em que Mignone bebe é a africana, que se manifesta pela utilização de ritmos característicos. Outra grande influência é a da música popular, na qual foi buscar inspiração nas valsas, serestas e choros. Cabe mencionar ainda que sua obra é frequentemente atravessada por um inegável bom humor, o que se reflete nos títulos e nos textos que se propõe a musicar.

 
Mignone abandonará a fase nacionalista no início nos anos 1960, quando passa a produzir peças atonais. Com exceção de suas músicas sacras e composições para violão, manteve este novo estilo até a década de 1970, quando retomou a tradição tonal.

 

O compositor recebeu inúmeros prêmios ao longo da carreira e ocupou a cadeira 33 da Academia Brasileira de Música (ABM), tendo sido presidente da instituição.

 

Faleceu em 1986, aos 88 anos, no Rio de Janeiro.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Programação de Novembro

 

 

Programa 14 – Dia 1 de novembro – Todos os sopros


Programa dedicado a explorar uma formação musical que é muito antiga na história da música mas cujo repertório sempre ficou um tanto distante das salas de concertos. Trata-se dos grupos de instrumentos de sopro, que são conhecidos popularmente por bandas mas que na verdade possuem uma literatura musical que vai muito além dos tradicionais dobrados e marchas de caráter militar.

 

  1. Giovani GABRIELLI – “Canzon primi toni à 10” – Musica Fiata Köln com a direção de Roland Wilson.
  2. W. A. MOZART – Terceiro movimento da Serenata no 10 para 13 instrumentos de sopro K361 “Gran Partita” – Academia de Saint Martin in the Fields com a regência de Neville Marriner.
  3. Felix MENDELSSOHN – Abertura op. 24 – Orquestra Sinfônica de Londres e regência de Cláudio Abbado.
  4. A. DVORAK – Serenata para sopros op. 44 – Orquestra Filarmônica de Londres e regência de Christopher Hogwood.
  5. Gustav HOLST – Primeira Suíte para Banda Militar – Orquestra de Sopros de Tokyo e a regência de Frederick Fennel.
  6. Heitor VILLA-LOBOS – Fantasia em três movimentos em forma de choros – Orquestra de Sopros da UFRJ e a regência de Marcelo Jardim.

 

Programa 15 – Dia 08 de novembro – Grandes mestres da Escola de Música I: Francisco MIGNONE.


Série que dedicará um programa por mês a um antigo mestre da Escola de Música. Para abrir a série foi escolhido o maestro Francisco Mignone (1897-1986) que foi, sem dúvida, um dos maiores músicos brasileiros do século XX.

 

1. “Congada” da ópera O Contratador de Diamantes com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e a regência de Benito Juarez.

2. Primeira Fantasia Brasileira para piano e orquestra com o pianista Bernardo Segal como solista da Orquestra Sinfônica da NBC e a regência de Arturo Toscanini. Gravação realizada ao vivo em Nova York em 14 de novembro de 1943 .

3. Valsas de Esquina nos. 1 e 2 com o pianista Arthur Moreira Lima.

4. Modinha para violoncelo e piano com o violoncelista Ricardo Santoro e a pianista Mirian Grosman.

5. “Festança sem Boi” terceiro movimento do Trio no. 1 para flauta violoncelo e piano com o Trio Mignone (Afonso Oliveira, flauta; Ricardo Santoro, violoncelo; Mirian Grosman, piano).

6. “Patapiada” Valsa no. 9 para fagote solo com o fagotista Frank Morelli.

7. “Cateretê” para coro com o Madrigal de Brasília e a regência de Emílio de César.

8. Concertino para fagote e orquestra com o fagotista Frank Morelli acompanhado pela Orquestra de Câmara Orpheus.

9. “Batuque” da Suíte Brasileira com a Orquestra Sinfônica da UFRJ e a regência de Roberto Duarte.

 

Programa 16 – Dia 15 de novembro – República Musical

 

Entre as datas cívicas do calendário brasileiro o dia 15 de novembro marca a Proclamação da República, um golpe militar que pos fim ao regime imperial com a deposição de D. Pedro II. Muitos foram os artistas que abraçaram a causa republicana. Entre os músicos destaca-se a geração de compositores nascidos na segunda metade do século XIX em especial aqueles que viriam a formar a partir de 1890 os quadros docentes do Instituto Nacional de Música, que substituiu o antigo Conservatório Imperial e que é hoje a Escola de Música da UFRJ.

 

  1. Leopoldo MIGUEZ – Poema-Sinfônico “Ave Libertas” com a Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense e a regência de Ligia Amadio.
  2. Alexandre LEVY – “Samba”, último movimento da Suíte Brasileira com a Orquestra Sinfônica da Bahia e a regência de Erick Vasconcelos.
  3. Alberto NEPOMUCENO – “Galhofeira”, último movimento das Quatro Peças Líricas op. 13 com o pianista Miguel Proença.
  4. Alberto NEPOMUCENO – Scherzo para orquestra com a Sinfonia Cultura e a regência de Lutero Rodrigues.
  5. Henrique OSWALD - Andante com Variações para piano e orquestra com o pianista Eduardo Monteiro, a Orquestra Sinfônica da UFRJ e a regência de André Cardoso.
  6. Francisco BRAGA – Episódio Sinfônico com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e a regência de Benito Juarez.

 

Programa 17 – Dia 22 de novembro – Dia dos Músicos

 

Desde o século XV Santa Cecília é considerada a padroeira dos músicos e o dia de sua festa, 22 de novembro, é conhecido também como o dia da música e dos músicos. No programa de hoje será apresentada integralmente a Ode para o dia de Santa Cecília de Haendel como uma homenagem a todos os músicos do Rio de Janeiro.

 

1. G. F. HAENDEL – Ode para o dia de Santa Cecília com o soprano Dorothee Mields, o tenor Mark Wilde, Alsfelder Vokalensemble, Cocerto Polacco e direção de Wolfgang Helbich.

 

Programa 18 – Dia 29 de novembro – O bandolim na música de concerto

 

Conhecido no Brasil como instrumeno típico do choro o bandolim possui um grande repertório na música de concerto. Compositores como Vivaldi, Mozart e Beethoven escreveram obras para bandolim. Aproveitando a recente criação do bacharelado em bandolim vamos conhecer obras originais com acompanhamento de piano e concertos com orquestra de diferentes compositores, além de mostrar a diversidade de instrumentos. O convidado será o bandolinista Paulo Sá, professor da Escola de Música.

 

  1. A. VIVALDI – Concerto em Dó M para bandolim cordas e contínuo.
  2. W. A. MOZART – Ária “Deviene alla finestra”, da ópera Don Giovanni.
  3. L. V. BEETHOVEN – Andante com variações para bandolim e piano.
  4. G. PAISIELLO – Concerto para bandolim e orquestra.
  5. R. GNATTALI – Concerto para bandolim e cordas

Correspondência

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