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Manifesto adverte para desmonte de instituições dedicadas à música de concerto

Com a participação de representantes de instituições, associações e comissões voltadas para a música de concerto e para a ópera foi criado no dia 23 de maio, em reunião na sede da Academia Brasileira de Música (ABM), o “Fórum em defesa da música de concerto”. Considerado o primeiro passo para uma ação conjunta em prol da valorização dessa atividade artística, a articulação lançou um manifesto, que pode ser consultado no final da matéria, em que adverte para “o desmonte de instituições e equipamentos culturais dedicados à música de concerto, ópera e balé’ e para a crise sem precedentes que atinge orquestras, teatros e instituições de ensino musical em todo o país, especialmente no estado do Rio de Janeiro. 

 

 Foto: Reprodução
 
 Mesa do encontro: André Cardoso, presidente da ABM, entre o vice-presidente, João Guilherme Ripper (á direita), e o tesoureiro, Ricardo Tacuchian (à esquerda)

Ainda segundo o documento, “somente o clamor da sociedade civil em defesa de seus direitos poderá levar o poder público a cumprir o seu dever e reconduzir a Cultura à posição central da vida do país”.

 

O encontro, sob coordenação do maestro André Cardoso, presidente da ABM e docente da Escola de Música, destacou a extinção de conjuntos importantes. Entre eles a Camerata Aberta, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos (SP). Além da paralisação das atividades dos corpos artísticos do Teatro Guaíra (PR); o cancelamento de eventos como o 38º Curso Internacional de Verão de Brasília e a 35a Oficina de Música de Curitiba, e a redução drástica dos orçamentos de custeio, que afetaram, dentre outros, o Theatro São Pedro (SP), o Festival Amazonas de Ópera e a Bienal de Música Brasileira Contemporânea. De quebra, na capital da República, segue fechado e inativo o Teatro Nacional Cláudio Santoro.

 

Além de reafirmar "a importância e o valor da música de concerto na cultura brasileira", o manifesto aprovado propõe um "movimento de valorização de artistas, professores e gestores na área da música, preservação de orquestras, teatros, instituições de ensino musical, organizações artísticas voltadas à promoção e produção de concertos, recitais, e temporadas de ópera e balé". A Escola de Música integra o Fórum, que criou uma página no FaceBook, e subscreve o documento.

 

 FÓRUM BRASILEIRO DA MÚSICA DE CONCERTO

MANIFESTO

Nos últimos meses o meio musical brasileiro assistiu estarrecido a um verdadeiro desmonte de instituições e equipamentos culturais dedicados à música de concerto, ópera e balé. Presenciamos a extinção de conjuntos como a Camerata Aberta, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e a Orquestra Sinfônica de São José dos Campos (SP); a paralisação das atividades dos corpos artísticos do Teatro Guaíra (PR); ao cancelamento de eventos como o 38º Curso Internacional de Verão de Brasília e a 35a Oficina de Música de Curitiba, a drástica e generalizada redução dos orçamentos de custeio, que afetaram, dentre outros, o Theatro São Pedro (SP), o Festival Amazonas de Ópera e a Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Na capital da República, segue fechado e inativo o Teatro Nacional Cláudio Santoro. Por todo o Brasil conjuntos sinfônicos e instituições musicais lutam para viabilizar suas temporadas com os recursos disponíveis. A crise no Rio de Janeiro, Estado que enfrenta as maiores dificuldades dentre os entes federativos, é ainda mais dramática com a paralisação das atividades da Orquestra Sinfônica Brasileira e parcelamento ou atraso dos vencimentos dos servidores da Fundação Teatro Municipal, afetando profissionais que lutam para receber seus salários, sacrificando suas famílias e carreiras. Ela atinge tanto instituições geridas e apoiadas diretamente pelo Estado quanto aquelas administradas por organizações sociais. Não há modelo que funcione sem uma Política Cultural séria, com planejamento e objetivos definidos, de longo prazo, e gestores públicos probos e comprometidos em garantir sua execução e sustentabilidade. A situação atual trará consequências ainda mais perversas ao frustrar os sonhos e esperanças de milhares de jovens que se dedicam à música nos projetos sociais, conservatórios, escolas e universidades, mas que não vislumbram hoje perspectivas de inserção profissional. Urge que nos mobilizemos para salvaguardar um patrimônio artístico e cultural que é de todos os brasileiros, que foi construído no decorrer de nossa história e contribui para o próprio processo civilizatório do país. Não podemos permitir que a atual crise apague o legado das gerações passadas, frustre os sonhos dos jovens e seja negado às futuras gerações. Com o intuito de reafirmar a importância e o valor da música de concerto na cultura brasileira, as entidades musicais aqui reunidas convidam todos a aderir ao movimento de valorização de artistas, professores e gestores na área da música, preservação de orquestras, teatros, instituições de ensino musical, organizações artísticas voltadas à promoção e produção de concertos, recitais, e temporadas de ópera e balé. Somente o clamor da sociedade civil em defesa de seus direitos poderá levar o poder público a cumprir o seu dever e reconduzir a Cultura à posição central da vida do país. Entidades reunidas no Fórum Brasileiro da Música de Concerto que assinam o presente manifesto:

 

Academia Brasileira de Música
Academia Lorenzo Fernandez
Associação de Canto Coral
Associação do Corpo de Baile do Teatro Municipal do RJ
Associação do Corpo Coral do Teatro Municipal do RJ
Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do RJ
Associação Orquestra Pró Música do Rio de Janeiro
Comissão de Músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira
Conservatório Brasileiro de Música
Escola de Música da UFRJ
Instituto Villa-Lobos da UNIRIO
Orquestra Johann Sebastian Rio
Orquestra Sinfônica Nacional da UFF
Seminários de Música Pró-Arte
Sociedade Musical Bachiana Brasileira 

Correspondência

Escola de Música da UFRJ
Edifício Ventura Corporate Towers
Av. República do Chile, 330
21o andar, Torre Leste
Centro - Rio de Janeiro, RJ
CEP: 20.031-170

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