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Concertos UFRJ: Paul Hindemith

A edição desta semana de Concertos UFRJ, programa radiofônico resultado de uma parceria da Escola de Música com a Roquette Pinto, destaca esta semana a obra do compositor e violista alemão Paul Hindemith, cujos 50 anos de desaparecimento são lembrados em 2013. Um dos mais importantes representantes da música do século XX, Hindemith foi também teórico e professor, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da teoria musical.

 

Paul Hindemith nasceu em Hanau, no Estado de Hesse, Alemanha, em 16 de novembro de 1895. Depois de ter aprendido violino quando criança, estudou com Arnold Mendelssohn e Bernhard Sekles no Conservatório Hoch, em Frankfurt.

 

  
 
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Ouça aqui o programa: 

 
 
Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
  

Iniciou-se profissionalmente como músico em cafés e, aos vinte anos, já se tornara regente da Ópera de Frankfurt. A seguir integrou como violista o famoso Quarteto Amar, com o qual desenvolveu extensa atividade na Europa.

 

Em 1922, algumas das suas peças foram ouvidas no festival International Society for Contemporary Music em Salzburgo, o que o fez conquistar a atenção dos públicos internacionais. Reconhecido como criador importante, passa, em 1927, a lecionar composição na Escola Superior de Música de Berlin.

 

Ainda na década de 1920 colaborou com vários compositores avant garde, incluindo Anton Webern e Arnold Schoenberg, tendo feito várias turnês como solista, pelos Estados Unidos da América no final da década de 1930.

 

Apesar dos protestos do maestro Wilhelm Furtwängler, a sua música foi definida como "degenerada" pelos nazistas, em parte pela sensualidade de suas primeiras óperas, e considerada uma "matraca atonal", pelo Ministro da Propaganda Joseph Goebbels. Em 1937 decide se exilar na Suíça e, três anos depois, emigra para os Estados Unidos da América, onde dirigiu o Departamento de Música da Universidade de Yale, tendo alunos como Lukas Foss, Norman Dello Joio, Harold Shapero e Ruth Schonthal. Adquiriu a cidadania norte-americana em 1946, mas regressou à Europa em 1953, vivendo em Zurique e lecionando na universidade local.

 

Inicialmente um iconoclasta, Hindemith evoluiu para um neoclassicismo, que buscava no passado, em especial no barroco e classicismo, a inspiração para a música contemporânea. Um estilo que ganhou destaque na segunda metade do século XX e que foi adotado por importantes compositores como Stravinsky, Prokofiev, Darius Milhaud e Poulenc, expressando uma reação ao romantismo tardio do início do século e, de certa forma, aos movimentos impressionista e expressionista. A música neoclássica revalorizou a melodia, defendeu a economia dos meios, e incorporou recursos modernos como a polirritmia e a politonalidade.

 

Hindemith, em especial, se opôs neste período ao atonalismo de Arnold Schoenberg e formulou uma nova concepção da harmonia no livro Unterweisung im Tonsatz (1937-1939) e em outros publicações.

 

Como compositor, deixou obra vasta, abrangendo diversos gêneros, onde sobressaem o ciclo Das Marienleben (1924-1948), com versos de Rainer Maria Rilke (1875-1926), a ópera Cardillac (1926), baseada em um conto de Amadeus Hoffmann (1776-1822), o concerto Schwanendreher (1935), com temas de canções alemãs antigas, e a ópera Mathis der Maler (1928), em torno da vida do pintor sacro germânico Mathias Grünewald.

No final da sua vida começou a reger com mais frequência. Ganhou o prestigioso Prêmio Balzan, em 1962. Faleceu no ano seguinte, em 28 de dezembro.

 

Repertório da edição

A primeira peça do programa integra a Kammermusik, série de oito obras de câmara escritas por Hindemith, em 1924, para diversas formações. Foi apresentada a segunda da série, Op. 36, no 1, composta para piano obbligato e doze instrumentos solistas. A interpretação, a do pianista Lars Vogt com a Filarmônica de Berlim e a direção de Cláudio Abbado.

 

A segunda, a Trauermusik (Música Fúnebre), Op. 48, para viola solista e orquestra de cordas tem uma história curiosa. Consagrado violista, Kammermusik estava em 1936 em Londres, onde iria executar com a orquestra da BBC um dos seus concertos para o instrumento, quando a apresentação foi cancelada em decorrência do falecimento do Rei Jorge V, da Inglaterra. Nos estúdios da emissora escreveu, num surto criativo, a Trauermusik em homenagem ao monarca desaparecido. A estreia aconteceu, dois dias depois, em 22 de janeiro, em transmissão radiofônica, tendo o compositor como solista. A versão que foi ao ar é a do violista Brett Dean como solista da Orquestra Sinfônica Queensland e a direção de Werner Andreas Albert.

Por fim, o programa destacou as Metamorfoses Sinfônicas sobre Temas de Carl Maria von Weber, escritas em 1943. Obra do período neoclássico de Hindemith, escrita em quatro movimentos (Allegro, Scherzo, Andantino e Marcha) foi apresentada pela Orquestra da Filadélfia com a direção de Wolfgang Sawallisch.

 

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Parceria da Escola de Música (EM) com a rádio Roquette Pinto, a série Concertos UFRJ conta com a produção e apresentação de André Cardoso, docente da EM, e vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94,1 FM. As edições do programa podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast, audio sob demanda, da rádio Roquette Pinto. Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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