176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

As óperas de Marcos Portugal

A atração desta semana de Concertos UFRJ é a segunda, e última, parte do especial Marcos Portugal – compositor luso-brasileiro, cujos 250 anos de nascimento são comemorados em 2012. Em destaque, sua vasta produção dramática que conquistou uma celebridade verdadeiramente internacional, mas experimentou, depois, longo período de ocaso. Felizmente, porém, ela vem sendo resgatada nos últimos anos por musicólogos do calibre de David Cranmer e António Jorge Marques e, cada vez mais, objeto de novas encenações e de gravações cuidadosas.

 

  
 
podcast

Ouça aqui o programa: 

 
 
Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!
Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
  

De 1792 a 1800, Marcos Portugal (1762-1830) viveu em Nápoles, Itália, onde compôs mais de 20 óperas de muito sucesso, encenas não só naquela cidade, mas em Veneza, Florença, Milão e em toda a Europa. Um bom exemplo da produção desta época é a “farsa giocosa per musica” em um ato “Le Donne Cambiate” (As Damas Trocadas), composta em 1797 e montada pela primeira vez em Veneza. O programa apresentou sua abertura, na versão da City Of London Sinfonia, tendo a frente Álvaro Cassuto, talvez o regente português de maior repercussão internacional na atualidade e responsável pela gravação de diversas obras do compositor. 

Após regressar a Lisboa, Marcos Portugal foi nomeado diretor do Teatro São Carlos de Lisboa, função que dividia com Valentino Fioravanti. Ao compositor cabia o repertório sério, enquanto seu colega italiano cuidava da produção bufa. É desta época sua “La morte de Semiramide”, que estreou em dezembro de 1801. Com a Orquestra Clássica do Porto, conduzida por Meir Minsky, Concertos UFRJ apresentou a abertura da obra. 

Marcos Portugal foi também um notável compositor de ópera bufas. Muitas delas extremamente bem sucedidas e, todas, no melhor estilo napolitano. É o caso de “Il Duca Di Foix”, escrita em 1805, cuja abertura o programa destacou. A interpretação, mais uma vez, foi a de Álvaro Cassuto e da Orquestra Algarve. 

No advento das invasões francesas, a Corte portuguesa acaba se refugiando no Rio de Janeiro, aonde chega em março de 1808. Cerca de dois anos e meio mais tarde D. João VI ordena que o compositor atravesse o Atlântico para o “ir servir” no Brasil. Nesta cidade não criou nenhuma ópera nova, limitando-se a remontar as escritas no período europeu, muitas das vezes no Teatro Real de São João, construído à imagem do São Carlos de Lisboa e inaugurado em 1813. Foi o caso de “Lo spazzacamino”, título em italiano para “O Basculho de Chaminé”, cujo manuscrito se encontra preservado na biblioteca da Escola de Música da UFRJ. 

A ópera, que tem libreto de Giuseppe Maria Foppa, estreou em 1794 e foi um dos maiores sucessos do compositor, tendo sido logo levada à Veneza e mesmo à distante Rússia. É uma peça ligeira, escrita nos moldes da “comédia de enganos”, e o enredo narra as confusões em que se mete um jovem marquês que, duvidando da fidelidade daqueles que o rodeiam, resolve trocar de roupas com um humilde limpador de chaminés... Em 2001, ela ganhou sua primeira gravação mundial completa, a cargo da Orchestra da Camera Milano Classica, conduzida pelo incansável maestro Álvaro Cassuto, e tendo como solistas Ilaria Torciani, Silvia Lorenzi, Sergio Spina, Andrea Porta, Claudio Zancopè, Daniele Cusari. Deste histórico registro, o programa apresentou o primeiro ato. 

Concertos UFRJ resultam de um convênio da UFRJ com a rádio Roquette Pinto, indo ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM. Apresentado por André Cardoso, regente titular da OSUFRJ, as edições podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). 

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