176 ANOS FORMANDO MÚSICOS DE EXCELÊNCIA

Música Antiga em Concertos UFRJ

O primeiro programa Da temporada 2012 de Concertos UFRJ aborda a chamada música antiga com peças de compositores dos séculos XVII e XVIII dos períodos barroco e clássico. Os destaques são obras de Corelli e Mozart executadas pela Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ) sob a direção de Felipe Prazeres. As gravações foram feitas ao vivo no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música no dia 17 de novembro de 2011 durante o I Festival de Música Antiga da UFRJ.

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.
Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, regente titular da OSUFRJ.

 

Corelli

 

A primeira peça do programa foi uma obra de Arcangello Corelli, violinista e compositor italiano do período barroco que viveu entre 1653 e 1713. Sua carreira se desenvolveu na cidade de Roma, onde atuou, sobretudo, como violinista virtuose e professor. Entre seus alunos, expoentes da música barroca italiana como Geminiani e Vivaldi. A obra de Corelli engloba seis antologias de peças de grande brilho instrumental e de refinado tratamento harmônico. Suas contribuições mais relevantes são, porém, seus 12 concerti grossi - forma que se caracteriza pelo contraste entre o grupo de instrumentos solistas e o tutti orquestral. Nos concertos de Corelli, o primeiro violino se destaca e sugere em muitas passagens a textura do concerto solista, assim como o contraste entre os grupos se caracteriza pelas respostas em eco. Seus 12 Concertos Grossos, op. 6, podem ser divididos em dois grupos.  Os oito primeiros são escritos em forma de sonata da chiesa, em geral numa sequência de quatro movimentos em que se alteram andamentos lentos e rápidos, sendo o último deles, o op. 6 no 8, o mais célebre e conhecido como “Concerto de Natal” por incluir uma pastoral. Os demais seguem o estilo da sonata da câmera, movimentos de dança em forma de suíte precedidos por um prelúdio. O concerto veiculado no programa foi o no 4, op. 6, composto por quatro movimentos: Adagio – Allegro; Adagio; Vivace; e Allegro – Giga: Presto. Os solistas: Felipe Prazeres e Adonhiran Reis, nos violinos, e Mateus Ceccato, no violoncelo.

Mozart

Mozart forma com Joseph Haydn e Ludwig van Beethoven a trinca de compositores mais representativos do classicismo musical e suas obras praticamente definem o estilo. Mozart nasceu na cidade de Salzburgo em 1756 e durante a infância percorreu a Europa em turnês intermináveis organizadas por seu pai Leopold Mozart, que exibia o filho como criança prodígio. Com o passar dos anos, o virtuose deu origem ao compositor que, em pouco mais de 36 anos de vida, escreveu mais de seiscentas composições, que marcaram a tradição musical do ocidente.
Foto: Thamiris Tavares
Apresentação da OSUFRJ no Salão Leopoldo Miguez, durante o I Festival de Música Antiga da UFRJ.

A Sinfonia Concertante em Mi bemol para violino e viola K 364, a primeira obra do compositor apresentada na edição de Concertos UFRJ, foi uma das últimas escritas por Mozart antes de deixar Salzburgo e tentar a sorte como criador autônomo em Viena. Composta em 1779, não se sabe em quais circunstâncias, a escolha de uma forma em voga em Paris, denota influências francesas. Já a opção pelo violino e, especialmente, pela viola como instrumentos solistas sugerem ideias da Escola de Manheim. A obra funciona como uma espécie de concerto duplo, onde os dois instrumentos exibem o mesmo nível de dificuldade e protagonismo. O gênio de Mozart, entretanto, supera as influências mencionadas e os limites do gênero, criando uma obra onde a riqueza da escrita instrumental é reforçada pela beleza melódica. Anthony Flint, violino, e João Carlos Ferreira, viola, são os solistas da versão veiculada. A Sinfonia Haffner, que encerrou o programa, possui uma história curiosa. Em 1776, contando apenas 20 anos, Mozart recebeu uma encomenda para escrever uma serenata para o casamento de Maria Elisabeth Haffner, filha de um nobre de Salzburgo, amigo do seu pai. A obra composta para a ocasião foi a Serenata em ré maior, K 250, em oito movimentos, que passou a ser conhecida pelo nome da família homenageada. Alguns anos mais tarde, em 1782, Leopold Mozart intermediou a encomenda de uma nova peça para a mesma família. Dessa vez, destinada a comemorar o título de nobreza de Sigmund Haffner, irmão de Maria Elisabeth. Mozart, a essa altura, já residia em Viena e, na ocasião, estava sobrecarregado, às voltas com a produção da ópera “O rapto do serralho”. Mesmo assim aceitou o pedido e, em carta de 20 de julho, informa ao pai sobre o andamento dos trabalhos: “Enfim escreverei à noite, pois de outro modo não o conseguirei; e que tal sacrifício seja por vós, meu muito querido pai”. Após concluir o trabalho Mozart encaminhou a partitura para ser executada em Salzburgo. Em dezembro de 1782, entretanto, pediu ao pai que a reenviasse para ser executada em um concerto Viena. Mozart decidiu reescrever a obra sob a forma de sinfonia, descartando um dos dois minuetos originais e elaborando uma nova orquestração, na qual incluiu duas flautas e duas clarinetas. Em fevereiro de 1783 Mozart escreveu ao pai: “Minha nova sinfonia Haffner me assombrou completamente, pois tinha esquecido cada uma das notas dela. Certamente deve fazer um ótimo efeito”. Nesse novo formato ganhou sua primeira audição em Viena no dia 23 de março de 1783. Desde então a Sinfonia Haffner tornou-se uma das mais apreciadas e executadas peças do compositor.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Peças da Edição OSUFRJ – Orquestra Sinfônica da UFRJ
ANTHONY FLINT, violino
JOÃO CARLOS FERREIRA, viola
FELIPE PRAZERES, regente A. CORELLI Concerto Grosso em Re Maior op. VI no 4
Adagio – Allegro
Adagio
Vivace
Allegro – Giga: Presto

W. A. MOZART Sinfonia Concertante em Mi bemol Maior para violino, viola e orquestra K. 364
Allegro maestoso
Andante
Presto
Sinfonia Nº 35 em Ré Maior K. 385, Haffner
Allegro con spirito
Andante
Menuetto
Presto

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