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Suor Angelica, de Puccini

Suor Angelica, ópera em um ato do compositor italiano Giacomo Puccini, é a atração desta semana de Concertos UFRJ. Resultado de um convênio da UFRJ com a Roquette Pinto, o programa vai ao ar toda segunda-feira, às 22h, na sintonia 94.1 FM, sob o comando de André Cardoso, docente da Escola de Música (EM) e regente titular da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ).

 

podcast

Ouça aqui o programa: 

Toda segunda-feira, às 22h, tem "Concertos UFRJ" na Roquette Pinto FM. Sintonize 94,1 ou acompanhe pela internet!

Programas anteriores podem ser encontrados na seção Concertos UFRJ.

Puccini, que viveu entre 1858 e 1924, foi um dos mais importantes compositores de ópera de todos os tempos e suas obras marcantes, como La Boheme, Madama Buterfly, Manon Lescaut, Tosca e Turandot, estão entre as mais encenadas. Em 1918 Puccini escreveu três óperas breves em um ato que reuniu sob o nome de Il Trittico: Il Tabarro (O Capote), Suor Angelica e Gianni Schichi. Elas formam uma unidade e foram destinadas pelo autor a serem encenadas em um mesmo espetáculo, como ocorreu na estreia em 14 de dezembro de 1918 no Metropolitan Opera House de Nova York, mas que nem sempre aconteceu nas montagens ao longo dos anos.

 

Já tivemos oportunidade de ouvir em Concertos UFRJ Gianni Schichi que é a única ópera cômica de Puccini. Suor Angelica, por seu turno, é um drama com libreto de Giovacchino Forzano, responsável também pelos versos de Gianni Schichi, e foi a última ópera efetivamente terminada pelo compositor. Turandot, que deixou inacabada, seria concluída por Franco Alfano.

 

Todas as vozes da peça são femininas. Os sopranos em geral parecem gostar muito do papel de Suor Angelica, desde que Geraldine Farrar o encarnou na récita de estreia. Entre as cantoras que se destacaram como a sofrida freira estão Mirella Freni, Renata Scotto, Katia Ricciarelli, Renata Tebaldi, Ilona Tokody, Lucia Popp, Joan Sutherland, Cristina Gallardo-Domâs, Victoria de los Angeles. Já Beverly Sills confessa em sua autobiografia que o desgaste provocado pela enorme carga emocional da personagem fez com que a riscasse do seu repertório. Curiosamente, o antagonista da trama, a Tia Principessa, é o único papel de relevo escrito para contralto por Puccini.

 

A história se passa num convento na Itália, no final do século XVII. A freira Angélica foi condenada à reclusão pela família por ter tido um filho ilegítimo. Com o tempo, acaba conquistando a simpatia de todos e torna-se uma especialista em plantas medicinais, com as quais alivia as aflições das suas irmãs. Apesar dos anos, Angélica não consegue esquecer o filho, arrancado aos seus braços em idade tão tenra. Sua tia, uma princesa, chega de repente ao convento e anuncia que o filho havia morrido. Desesperada, Angélica se envenena. Lembrando-se, porém, de que esse gesto é um pecado mortal, reza fervorosamente à Madonna, que aparece com seu filho morto e a conduz ao céu. A gravação veiculada traz nos papéis principais Cristina Gallardo-Domás como Suor Angélica, Bernadette Manca Di Nissa como Tia Principessa e Felicity Palmer como Abadessa. O coro é o London Voices e a Orquestra Filarmonia é dirigida por Antonio Pappano.

 

As edições do programa Concertos UFRJ podem ser acompanhadas on line ou por meio do podcast (áudio sob demanda) da Roquette Pinto (FM 94,1). Contatos através do endereço eletrônico: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Sinopse de Suor Angélica

 

Giacomo Puccini

Giovacchino Forzano, libreto

SuorAngelica-poster200

Personagens

 

Irmã Angélica, uma freira, soprano

A Tia Principessa, tia de Angélica, uma princesa, contralto

A Abadessa, mezzo-soprano

Irmã Monitora, mezzo-soprano

Mestra das Noviças, contralto

Irmã Genoveva, soprano

Irmã Osmina, mezzo-soprano

Irmã Dulcina, mezzo-soprano

Irmã Enfermeira, mezzo-soprano

2 Irmãs de Caridade, soprano e mezzo-soprano

2 Noviças, soprano e mezzo-soprano

2 Irmãs leigas, soprano e mezzo-soprano

 

A ação se passa num convento, na Itália, no final do século XVII.

 

Ato único

 

Angélica é uma jovem de família aristocrática que teve um filho solteira. Para puni-la sua família decidiu encerrá-la num convento. Passados muitos anos, apesar da vida religiosa forçada Angélica conquistou todas as irmãs por sua doçura e bondade. Com seu trabalho no convento se tornou uma especialista em ervas e plantas medicinais com as quais trata de todas as irmãs. A aparente tranquilidade da vida enclausurada não traz, porém, paz ao coração amargurado de Angélica pelo desejo ardente de rever o filho arrancado de seus braços ao nascer.

 

Os sinos anunciam as seis horas da tarde. Na capela as freiras cantam uma Ave Maria. Quando saem da capela, a Irmã Monitora lhes dá permissão para que tenham sua recreação vespertina. Angélica prepara um unguento para acalmar a dor de uma reclusa. A Irmã Genoveva pergunta se a Irmã Bianca Rosa, que morreu e repousa no cemitério do convento, não desejaria um pouco de água fresca sobre seu túmulo. Angélica responde que os mortos não têm desejos; só os vivos os têm. No céu, todos os desejos são satisfeitos. A Irmã Monitora argumenta que, para as freiras, nem sequer quando vivas lhes é permitido ter desejos. A conversa é interrompida pela chegada de duas irmãs que viram uma carruagem estacionar junto ao portão. A Abadessa vem anunciar a Angélica que sua Tia Principessa a aguarda na sala de visitas.

 

A Tia é uma mulher de aparência distinta, mas fria e intimidadora. Impassível, ela anuncia que, desde a morte dos pais de Angélica, ficou encarregada de tomar todas as decisões na família, inclusive a partilha dos bens. A irmã mais jovem de Angélica, Anna, está para se casar, e é preciso que Angélica assine alguns papéis. Angélica pergunta com quem se casará sua irmã e sua Tia responde que será com alguém que se dispõe a esquecer a vergonha por ela causou à família. Angélica diz que entregou sua vida à Virgem, mas que uma única coisa não pode entregar: seu filho que não vê há sete anos. Ao ser perguntada pelo destino da criança a Tia, após longo silêncio, responde que o menino morreu já faz dois anos de uma grave doença, ao que Angélica cai ao solo como se atingida por um golpe mortal.

 

À noite, sozinha no jardim, Angélica canta a belíssima ária “Senza mamma, o bimbo, tu sei morto!” e recolhe algumas ervas que põe na boca e começa a mascar. Olha para as estrelas e parece ouvir a voz do filho que a chama. É então que se dá conta de que ingeriu uma erva venenosa. Faz uma fervorosa prece à Virgem, suplicando que a perdoe. Ouve-se um coro de anjos, e a própria Virgem desce do céu, trazendo nos braços seu filho que vem abraçar a mãe.

Correspondência

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