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Concertos Reinauguram Órgão Tamburini
Festival comemora restauração e modernização do instrumento. Foto: Arquivo EM/UFRJ | | | | EM 1954 uma multidão de curiosos parou para acompanhar a chegada do enorme instrumento. | |
A ESCOLA DE MÚSICA celebra a conclusão da reforma completa do órgão Tamburini que desde 1954, quando foi instalado, reina absoluto no Salão Leopoldo Miguez. “Mais do que um complexo instrumento, é um patrimônio da universidade e da cidade” – sublinha André Cardoso, maestro e diretor da Escola, ressaltando que é o único grande órgão de tubos do Rio e dos poucos integrados a uma sala de concertos no Brasil.
| - Dia 13 de abril, 18h30. José Luís de Aquino (Obras de J. S. Bach-Vivaldi, Georg Böhm, L. Vierne, F. Franceschini, Ângelo Camin e Olivier Messiaen). - Dia 17 de abril, 18h30 Marco Aurélio Lischt (Obras de J. S. Bach, Calimério Soares, César Franck e Louis Vierne). - Dia 20 de abril, 18h30. Alexandre Rachid (Obras de J. S. Bach, César Franck, Alexandre Rachid, Ricardo Tacuchian, F. Mendelssohn e Marcel Dupré). |
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A volta do Tamburini à vida cultural do Rio será comemorada com um grande festival, que tem curadoria de Alexandre Rachid, responsável pela disciplina e um dos escalados para o evento. Estão marcados quatro concertos, nos dias 10, 13, 17 e 20 de abril. Vão se apresentar os professores, Gertrud Mersiovsky e Alexandre Rachid, e dois ex-alunos, José Luís de Aquino, hoje na USP, e Marco Aurélio Lischt, regente do coral Canarinhos de Petrópolis. No programa, autores como Bach, Vivaldi, Mendelssohn e também música brasileira, dentre as quais a estreia de “Mestre Valentim no Largo do Carmo”, obra de Ricardo Tacuchian. A entrada é franca e as apresentações começam sempre as 18h30, no Leopoldo Miguez.
O instrumento passou por uma completa restauração dos tubos, os someiros foram refeitos e a transmissão, que era eletropneumática, convertida em digital. As partes de madeiras danificadas foram também reconstruídas. Os trabalhos duraram dois anos, a cargo da empresa Família Artesã Rigatto e Filhos, sendo acompanhados por uma comissão de docentes composta por Alexandre Rachid, Roberto Macedo, Tamara Ujakova, Inez Rufino e Nadge Breide. Um investimento da ordem de R$ 800 mil, patrocinados pela Petrobras™, e que faz parte do projeto de revitalização dos espaços da Escola apoiado pela estatal. A reforma contou ainda com o suporte da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB) e da reitoria.
Longa história. A relação da instituição com a produção para o instrumento remonta a Leopoldo Miguez (1850-1902), que foi o responsável pela implantação do ensino regular de órgão, quando diretor do Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música. Para isso, destinou o prêmio ganho com o primeiro lugar no concurso para a escolha do que viria a ser o Hino da República à compra de dois instrumentos da marca Sauer – um para estudo, que se encontra ainda em pleno funcionamento na Sala Henrique Oswald, e outro para o salão de concertos do Instituto, localizado à época no prédio que hoje abriga o Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica. Foi a partir da iniciativa pioneira de Miguez que, praticamente, se desenvolveu no Brasil o repertório não sacro para o instrumento. Com a transferência do Instituto para o antigo prédio da Biblioteca Nacional, o órgão Sauer foi trazido para a nova sala de concertos inaugurada em 1922 e adaptado ao local. Em 1954 ele foi substituído pelo atual Tamburini, projetado especificamente para o Salão Leopoldo Miguez pela Fabbrica D'Organi Comm. Giovani Tamburini da cidade de Crema (Itália), fundada pelo organeiro Giovanni Tamburini (1857-1942) em 1893. A disposição dos registros foi projetada pelo grande organista italiano Fernando Germani (1906-1998). O instrumento da Escola de Música possui 4.620 tubos, quatro manuais, pedaleira e 52 registros reais e foi inaugurado em 13 de agosto de 1954.
Durante décadas o Tamburini serviu não só à formação de gerações de organistas brasileiros como foi utilizado por grandes instrumentistas internacionais como o próprio Fernando Germani e, ainda, Karl Richter (19261981) e Pierre Cocherreau (19241984).
Após um longo silêncio, a voz solene e inconfundível do rei dos instrumentos voltará a ser ouvida.
Endereço da Escola de Música: Rua do Passeio, 98, Lapa - Rio de Janeiro, RJ. |
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